Elon Musk e a Aposta nos Robôs Humanoides: Ficção Científica ou Realidade?

Elon Musk, CEO da Tesla, tem demonstrado grande ambição com o robô humanoide Optimus, apresentando-o em eventos da Tesla e vislumbrando um papel significativo em lares e na vida cotidiana. Musk vê os robôs da Tesla como cruciais para solidificar a presença da empresa no campo da inteligência artificial (IA), juntamente com os táxis-robôs autônomos e os caminhões Cybertruck.

Investidores também parecem apoiar essa visão, aprovando um pacote salarial de US$ 1 trilhão para Musk, condicionado à entrega de um milhão de robôs com IA na próxima década. O mercado de robôs humanoides está atraindo a atenção de outras grandes empresas. Um relatório do Morgan Stanley previu que a Apple pode faturar US$ 133 bilhões por ano até 2040 com essa tecnologia, e a Foxconn está implantando robôs humanoides em sua fábrica da Nvidia no Texas.

A ideia de uma IA avançada em um corpo humanoide é poderosa, permitindo interação com o mundo físico. Empresas como a britânica Humanoid já desenvolvem robôs para uso industrial e fabril, enquanto outras planejam levar a tecnologia para dentro de casa. A empresa 1X planeja lançar o robô Neo em 2026, capaz de realizar tarefas domésticas simples, embora atualmente seja controlado remotamente por um operador humano.

Analistas como Brian Hopkins da Forrester acreditam que a queda nos custos de componentes, juntamente com avanços na destreza robótica e IA, estão tornando os humanoides viáveis em diversos contextos, como armazéns, restaurantes, cuidados com idosos e segurança. Musk já declarou que seus robôs podem se tornar mais importantes que o negócio de veículos da Tesla, impulsionando as ambições de IA da empresa, especialmente no desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial geral (AGI).

Outro exemplo notável é o robô Atlas da Boston Dynamics, conhecido por suas acrobacias e coreografias de dança. A empresa substituiu o modelo hidráulico por um novo modelo totalmente elétrico, capaz de realizar movimentos ainda mais complexos.

No entanto, especialistas em robótica apontam que a forma humanoide nem sempre é a mais eficiente para robôs, já que pernas e cabeças são mais complexas e custosas de se construir do que alternativas como rodas. Apesar disso, humanoides exercem um fascínio psicológico, refletido na ficção científica, onde personagens como C-3PO e o Exterminador do Futuro são populares.

Embora os robôs humanoides da vida real sejam menos refinados que suas contrapartes ficcionais, avanços como o Optimus e outros modelos elegantes estão nos aproximando do “vale da estranheza”. O robô da Tesla tem aparecido em público, inclusive servindo clientes em uma lanchonete da empresa. Sam Altman, da OpenAI, acredita que o mundo não está totalmente preparado para os humanoides, mas reconhece que eles estão próximos. Apesar da rivalidade com Musk, Altman concorda que os robôs estão chegando, e Musk tem recursos para torná-los uma realidade.