O governo chinês ordenou a remoção dos aplicativos de relacionamento LGBTQIA+ Blued e Finka das lojas App Store (Apple) e Google Play Store (Android). A medida, segundo a Apple, foi determinada pela Administração do Ciberespaço da China, órgão regulador da internet no país. O casamento entre pessoas do mesmo sexo não é legalizado na China, e ativistas relatam um aumento na repressão à comunidade LGBTQIA+ nos últimos anos, incluindo censura a eventos e publicações. Usuários na China notaram o desaparecimento das versões completas dos aplicativos no fim de semana. Ambos pertencem ao BlueCity Group, sediado em Hong Kong. Uma versão limitada do Blued ainda estava disponível na App Store chinesa. A Apple confirmou a remoção, afirmando que respeita as leis dos países em que opera e que a ação foi tomada após uma ordem da Administração do Ciberespaço da China. Em setembro, o órgão regulador lançou uma campanha contra plataformas de redes sociais que supostamente difundem “uma visão negativa da vida”. O Grindr, outro aplicativo de encontros LGBTQIA+, já havia sido removido das lojas de aplicativos chinesas em 2022. Zhao Hu, advogado com experiência na defesa dos direitos LGBTQIA+, considerou a decisão da Administração do Ciberespaço “inesperada” e “sem qualquer explicação”. Hu Zhijun, cofundador da PFLAG China, criticou a remoção dos aplicativos, destacando o papel deles em ajudar homens gays a “ter vidas mais estáveis e encontrar parceiros para relações íntimas”.