Após uma reportagem que expôs a presença de vídeos de meninas que se identificavam como ‘casadas’ com idades entre 13 e 15 anos, o TikTok agiu para remover parte do conteúdo relacionado ao casamento infantil. A plataforma bloqueou as hashtags originalmente citadas na reportagem, como #casadaaos13, #casadaaos14 e #casadaaos15, exibindo agora a mensagem ‘Não foi possível localizar esta hashtag’.
Apesar disso, variações dessas hashtags, como #casadaaos14anos, ainda permanecem ativas na plataforma. Além disso, vídeos que continham as hashtags bloqueadas foram desativados ou removidos, embora alguns permaneçam online sem as descrições originais.
Especialistas criticam a medida como limitada, argumentando que a falta de proatividade em remover variações das hashtags e o fato de alguns vídeos ainda serem acessíveis representam falhas na abordagem. A analista do Instituto Alana, Manu Halfeld, destaca a importância de estratégias de moderação mais abrangentes, como a diminuição preventiva do alcance e a remoção completa de conteúdos.
O TikTok afirmou que, além da remoção de perfis e vídeos, implementa o bloqueio de hashtags e termos na busca como medida de segurança. A plataforma não justificou a ausência de remoção das variações das hashtags, mas informou que o caso será avaliado internamente.
Especialistas apontam que a moderação de conteúdo nas plataformas é mais eficaz na identificação de conteúdo explícito, mas enfrenta dificuldades em lidar com nuances culturais, como as relacionadas ao casamento infantil. A romantização do casamento infantil, segundo Mariana Zan do Instituto Alana, é um dos principais problemas, pois naturaliza e torna aceitável uma prática que representa uma violação de direitos.