Após uma reportagem que expôs a circulação de vídeos no TikTok mostrando meninas que se identificavam como ‘casadas’ aos 13, 14 e 15 anos, a plataforma removeu as hashtags mencionadas na reportagem. A empresa também desativou diversos vídeos e perfis que utilizavam os termos, alegando violação das Diretrizes da Comunidade. No entanto, especialistas apontam que a medida é limitada, pois outras variações das hashtags e conteúdos relacionados ainda estão disponíveis. A legislação brasileira proíbe o casamento antes dos 16 anos, mesmo com consentimento dos pais. Antes da reportagem, as hashtags #casadaaos13, #casadaaos14 e #casadaaos15 exibiam centenas de vídeos. Atualmente, a pesquisa por esses termos exibe a mensagem ‘Não foi possível localizar esta hashtag’. Alguns vídeos com a hashtag #casadaaos14 ainda estão online, mas sem a descrição original. Outras variações das hashtags, como #casadaaos14anos, permanecem disponíveis, assim como hashtags relacionadas a idades ainda menores, como #casadaaos11 e #casadaaos12. Especialistas como Raquel Saraiva, do IP.rec, e Manu Halfeld, do Instituto Alana, destacam que a remoção das hashtags dificulta o acesso aos vídeos, mas não impede que eles sejam encontrados. Elas defendem uma ação mais proativa por parte da plataforma, com a remoção de todas as variações das hashtags e a implementação de estratégias de moderação mais eficazes. O TikTok informou que, além da remoção de perfis e vídeos, outras medidas de segurança incluem o bloqueio de hashtags e termos na busca. A plataforma não explicou por que não removeu outras hashtags, mas afirmou que avaliará internamente. Mariana Zan, do Instituto Alana, alerta que esse tipo de conteúdo romantiza o casamento infantil, tornando aceitável e até desejável uma prática que é uma violação de direitos.
