Cabos submarinos, a espinha dorsal da globalização, estão sob crescente ameaça de sabotagem, levantando preocupações sobre a estabilidade da internet global. Com cerca de 500 cabos estendendo-se por 1,3 milhão de quilômetros em 2021, e um número ainda maior atualmente, esses cabos transmitem a vasta maioria dos dados mundiais, incluindo informações financeiras, comunicações e dados confidenciais.
Recentemente, incidentes no Mar Báltico, onde uma dezena de cabos foram danificados desde 2022, intensificaram os temores. Investigações apontam para possíveis atos de sabotagem, com suspeitas recaindo sobre a Rússia e a China. Embora não haja provas conclusivas, marcas de âncoras e movimentos suspeitos de navios alimentam as especulações.
No Pacífico, a preocupação é ainda maior, com governos temendo que, em caso de conflito com a China, cabos que conectam Japão, Taiwan, Coreia do Sul e Estados Unidos se tornem alvos estratégicos. Relatórios indicam que a China desenvolveu navios capazes de cortar cabos em profundidades significativas, aumentando sua capacidade de atingir essa infraestrutura crítica.
A destruição de um cabo submarino principal teria um impacto imediato, isolando regiões inteiras do mundo exterior e afetando drasticamente a comunicação, economia, educação e segurança. Além dos danos físicos, a interceptação de cabos por países rivais representa uma ameaça à segurança da informação e à vantagem estratégica.
Especialistas alertam que a sabotagem de cabos submarinos não exige grande esforço, tornando o Mar Báltico um possível “laboratório de testes” para guerra híbrida marítima. Medidas de proteção, como leis mais rigorosas contra o corte intencional de cabos, desenvolvimento de planos de backup e exclusão de empresas chinesas de projetos de cabos com participação americana, estão sendo consideradas e implementadas.
A proteção jurídica dos cabos precisa ser aprimorada, com penas mais severas para atos de sabotagem. Além disso, o desenvolvimento de medidas técnicas, como planos de backup e tecnologia de sensores, é crucial para mitigar os riscos e garantir a resiliência da infraestrutura de comunicação global.