A inteligência artificial (IA) avança para um novo patamar com o surgimento dos agentes de fronteira, uma tecnologia que promete automatizar tarefas complexas com maior autonomia e eficiência. Esses agentes de IA são projetados para operar de forma contínua e sem intervenção humana constante, oferecendo uma solução para as limitações dos agentes tradicionais. A AWS, por exemplo, tem investido em IAs capazes de identificar bugs e falhas de segurança em aplicativos de forma autônoma, além de lançar modelos para geração de imagens, agentes e automação. Mas, afinal, o que são agentes de fronteira e como eles funcionam?
Agentes de fronteira representam uma evolução dos agentes de IA, permitindo a execução de múltiplas tarefas complexas simultaneamente, sem a necessidade de interação constante do usuário. Essa abordagem busca solucionar lacunas como a pouca autonomia dos agentes tradicionais, o tempo de execução limitado e a ausência de aprendizado contínuo. Diferentemente dos agentes convencionais, que executam uma tarefa e aguardam a próxima instrução, os agentes de fronteira conseguem conduzir jornadas mais longas, mantendo o contexto, registrando o histórico das ações e utilizando a memória ampliada para tomar decisões mais coerentes.
De acordo com Luís Liguori, head de arquitetura da AWS Brasil, um agente de fronteira combina um modelo de linguagem com a capacidade de executar ações em sistemas reais. Essa solução opera em ambientes robustos, com suporte a execuções longas e paralelas, e utiliza camadas de memória para armazenar tanto o estado atual da tarefa quanto os aprendizados de sessões anteriores. A segurança e o controle são garantidos por meio de políticas que definem as ações permitidas e pela aprovação do usuário antes da aplicação de qualquer decisão.
A principal diferença entre os agentes tradicionais e os de fronteira reside na escala de autonomia. Enquanto os agentes tradicionais executam tarefas pontuais e dependem de interação humana frequente, os agentes de fronteira lidam com longas jornadas, possuem mais memória e capacidade de execução, sem necessidade de intervenção humana constante. Essa abordagem permite que os agentes de fronteira planejem, ajam, revisem e continuem trabalhando por longos períodos, acumulando histórico, correlacionando eventos e aplicando aprendizados de sessões anteriores.
Fernanda Spinardi, líder de gestão de soluções para clientes da AWS Brasil, utiliza a plataforma de desenvolvimento de software Kiro como exemplo para ilustrar o funcionamento dos agentes de fronteira. O Kiro permite que tanto desenvolvedores quanto pessoas sem formação técnica criem aplicativos por meio de uma interface em linguagem natural. Com os agentes de fronteira, o sistema consegue inferir decisões a partir do contexto e reaproveitar os aprendizados para seguir adiante, sem a necessidade de interromper o fluxo para solicitar novas instruções do usuário.
Em resumo, os agentes de fronteira representam um avanço significativo na área de IA, oferecendo maior autonomia, escalabilidade e capacidade de aprendizado contínuo, com mecanismos de controle que garantem a segurança e a visibilidade do processo.