O código original da Web foi vendido como um token não fungível (NFT) nesta quarta-feira (30). O cientista e físico britânico Tim Berners-Lee, também conhecido como “Pai da Web”, leiloou o documento por US$ 5,4 milhões — cerca de R$ 27 milhões.
O vencedor do leilão terá direito a:
- Arquivos com carimbo de data/hora originais contendo o código-fonte escrito por Berners-Lee;
- Uma visualização animada do código;
- Uma carta escrita pelo “Pai da Web” refletindo sobre o código e o processo de criá-lo;
- Um pôster digital do código completo criado a partir dos arquivos originais usando Python, incluindo um gráfico da assinatura física.
O leilão começou no dia 23 de junho e a proposta inicial foi de apenas US$ 1 mil, o preço foi alavancando a cada lance, até que culminar na cifra milionária final. O valor é ainda maior que o que arrematou o primeiro tuíte da história, publicado pelo próprio CEO da rede social, Jack Dorsey, e vendido por US$ 2,9 milhões.
Mas fique tranquilo, a internet não vai parar de funcionar ou terá um novo dono a partir de agora. Nada muda para o mundo, uma vez que a ideia inicial de Berners-Lee não encorpa mais a rede mundial de computadores atual.
O cientista eliminou qualquer preocupação quanto a isso quando contou ao The Guardian que “o código principal e os protocolos que regem a internet são livres de royalties, como sempre foram”. Sendo assim, não há nenhum risco do mundo amanhecer sem controle sobre o que corre na Web.
NFT?
Tokens não fungíveis, ou NFTs, são um tipo de selo de autenticidade virtual que garante a legitimidade de produtos digitais, garantindo que ele é único. O comprador não necessariamente passa a deter os direitos autorais da obra, mas passa a ser dono do “produto”.
Segundo ele, a peça vendida nem é o código-fonte integral do seu primeiro projeto, criado em 1989. Na verdade, o material é composto por uma foto do código-fonte, como se ele fosse um item de decoração.
Com o valor arrecadado, Berners-Lee irá investir nas iniciativas criadas por ele e sua esposa, Rosemary Leith. O casal faz parte do World Wide Web Consortium, fundado pela dupla em 2009 para promoção de uma rede aberta como um bem público e um direito fundamental.
Fonte: Canaltech