Justiça bloqueia R$ 2 milhões de dono da página ‘Tudo Sobre Todos’

Em 2015, a internet brasileira ficou chocada com a notícia de um site chamado “Tudo Sobre Todos”, que comercializava dados de basicamente todos os cidadãos do país. Agora, depois de mais de três anos da descoberta da página, a justiça agiu para bloquear os bens do criador da página.

O homem responsável pelo serviço se chama Charles Douglas da Silva Rosa Filho. Ele teve R$ 2 milhões bloqueados de sua conta pelo TJ-DF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios) a pedido do MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios), que expediu liminar na última quarta-feira, 5.

Para quem não está familiarizado com o Tudo Sobre Todos, a página exibe informações como documentos, bairro de residência, nome de parentes, vizinhos e data de nascimento de milhares de brasileiros mediante pagamento. O site era hospedado em Seychelles, o que dificultava a ação legal contra a página.

Além do bloqueio dos bens, o MPDFT também solicitou a exclusão definitiva do site, assim como o fim da negociação de informações pessoais de cidadãos brasileiros e a exclusão do banco de dados que serve como base para todo o serviço. Também é exigido que Rosa Filho revele quem foram seus clientes.

O MPDFT já está na cola do Tudo Sobre Todos há algum tempo. O órgão já havia notificado o Mercado Livre para impedir a negociação de créditos para realização de buscas na plataforma em julho e alertado Microsoft, Yahoo e Google para que omitissem a página nos resultados de pesquisa de seus respectivos buscadores. A ordem de interromper as buscas foi acatada apenas pelo Yahoo, mas o Mercado Livre cortou o canal de venda de créditos e ainda repassou as informações de cadastro às autoridades.

A investigação do MPDFT concluiu que, mesmo após o Mercado Livre proibir a negociação de créditos do Tudo sobre Todos, Rosa Filho ainda vendia o acesso à página por meio de grupos do WhatsApp. Algumas das mensagens interceptadas mostram que ele sabia que a atividade era ilegal, e mesmo assim não parou. “Vou levar no mínimo umas 10 empresas comigo”, chegou a afirmar ele em uma das mensagens interceptadas.

Fonte: Olhar Digital